cuito cuanavau

3897 palavras 16 páginas
Dezenas de milhares de angolanos foram torturados, mandados para campos de concentração e fuzilados sem julgamento neste período negro da história angolana. 35 anos depois, vamos tentar saber mais sobre o que aconteceu.
Há 35 anos, no dia 27 de maio de 1977, houve manifestações em Luanda a favor de Nito Alves, na altura ministro da Administração Interna e membro do Comité Central do partido no governo MPLA. A seguir ao 27 de maio de 1977, os apoiantes de Nito Alves, o chamados "fraccionistas", são perseguidos pelo MPLA de Agostinho Neto (na foto), o primeiro presidente de Angola.

O autor do novo livro "'Golpe Nito Alves' e Outros Momentos da História de Angola Vistos do Kremlin" diz ter novas informações sobre os meandros do alegado golpe de Estado contra Agostinho Neto e o que se passou depois.
José Milhazes é o autor do novo livro "'Golpe Nito Alves' e Outros Momentos da História de Angola Vistos do Kremlin". A publicação, de 219 páginas, foi apresentada esta quarta-feira (15.05.) na livraria Alêtheia, em Lisboa. Capa do novo livro de José Milhazes
No livro, o jornalista e historiador português, a viver há mais de 30 anos na Rússia, recorre a documentos inéditos tornados públicos pelos arquivos soviéticos. Milhazes faz novas revelações sobre os momentos mais importantes da história de Angola no pós-25 de Abril de 1974 e aborda ainda como a ex-União Soviética os acompanhou e neles interveio.
Um destes momentos, marcantes na história recente daquele país africano, é o chamado “golpe” de Nito Alves, ocorrido em Angola a 27 de maio de 1977.
"O 'golpe' é apenas um dos capítulos do livro", explica José Milhazes. "Há numerosas revelações, não só em relação ao complexo problema que foi o 27 de maio, mas também noutras áreas. O livro tem, por exemplo, um capítulo dedicado às relações entre Agostinho Neto e os dirigentes soviéticos, que nem sempre foram pacíficas. E muitas das vezes foram até bastante complicadas, porque os soviéticos nem sempre confiavam nos

Relacionados