crônica

Rede Anti - Social

Acordei com o celular do lado, li algumas mensagens no whatsapp, fiquei com preguiça de responder, chequei meu email, dei uma passada rápida pelo facebook e abri meu twitter. Rolando a barra e observando a time line, comecei a ler os comentários das últimas horas, mas dois chamaram a minha atenção. O autor desses comentários reclamava da falta de pessoas para sair de casa e que não existia um amigo próximo para desabafar suas frustações, então lançou seu próximo tweet comentando que sua meta de 500 amigos no facebook estava próxima de ser alcançada.

Indaguei-me com aquela situação, refletindo o porque de alguém que primeiro reclamava sobre a falta de companhias, logo após celebrar sua meta de muitos amigos em uma rede social? Passando alguns minutos, eu já estava abrindo mais abas do servidor e lendo páginas de outros usuários, dei uma olhadinha nos vídeos das minhas bandas favoritas, cliquei no youtube e, de repente, já estava me distraindo. Ali achei outra rede social que conectava todas as músicas e vídeos que o usuário assistia, e postava em uma página feita por mim, na qual poderia encontrar várias pessoas de estilo musical parecido com o meu.

Passado um bom tempo montando o perfil daquela rede, baixei os aplicativos que eram pedidos e comecei a adicionar os amigos indicados por ali. Fiquei feliz com a quantidade de pessoas que me adicionaram naquele perfil, me espreguicei, olhei pela janela e tomei um susto, estava quase anoitecendo e eu não tinha nem colocado o pé para fora de casa, não vi o rosto de ninguém e o dia já estava por acabar.

Desci as escadas e fui abordada pelo meu irmão que avisou ter passado por alguns dos meus amigos na rua e eles disseram que me chamaram em casa, mas não respondi. Então voltei a refletir sobre o caso do twitter mais cedo e pensei naquele autor dos comentários, pois ele estava como eu ali, distraído e sem amigos. Enfim, dei-me conta de como aquele autor dos tweets estava se sentindo