CRÍTICA SOBRE O FILME "QUERÔ"

CRÍTICA SOBRE O FILME “QUERÔ”

Jerônimo é o filho de uma prostituta que após dá a luz é expulsa do bordel que trabalhava e suicida-se ingerindo querosene o que originou o apelido do personagem “Querô”. Criado pela dona do bordel cresce cheio de revolta e ódio pelos maus tratos sofridos. Sem estudo ou perspectiva começa a praticar delitos o que resulta em sua apreensão na FEBEM, onde sua vida é marcada para sempre. Lá vivencia a dura realidade de abuso e exploração por parte dos outros internos e dos policiais corruptos. Após ferir um dos policiais que o maltratou foge. Até tentou levar uma vida correta, mas ao ser chantageado por um dos policiais corruptos voltou à prática do crime vingando-se. Ao ser também baleado e sem socorro tem um breve deslumbre de toda sua vida de dor e sofrimento, e em meio esse delírio reencontra sua mãe.
O que vemos no filme é a abordagem sobre a questão dos valores humanos. Retrata o abandono, a fragilidade dos relacionamentos, a exclusão, o abuso, a exploração, a desestrutura familiar, e o evidente desrespeito ao direito da criança e do adolescente, dentre outros. A situação abordada encaixa-se dentro da Doutrina da Situação Irregular ocorrida no Brasil no período de 1920 a 1988, onde suas principais características eram:
A categoria infância dividida entre menores e crianças/adolescente; A forma de chamar crianças e adolescentes de “menores” foi caracterizada como preconceituosa pelas críticas feitas ao Código de Menores de 1979, pois eram punidos por estar em situação irregular, ocasionada pela pobreza e pela ausência de suportes e políticas públicas.
A intervenção do Estado baseava-se na tutela e coerção; Atuava de forma correcional e assistencialista.
Centralização do poder de decisão na figura do juiz de Menores; A decisão permanecia na mão dos juízes que assumiam a postura de “pai de família”. Tinham amplo poder de decisão sobre as crianças e os adolescentes.
Criminalização da pobreza por meio da privação de liberdade de