Cruz e Souza
Cruz e Sousa
Cruz e Souza
Biografia
João da Cruz e Souza nasceu em 24 de novembro de 1861, em Florianópolis (SC).
Era filho de ex-escravos e ficou sob a proteção dos antigos proprietários de seus pais, após receberem alforria;
O sobrenome Souza é advindo do ex-patrão, o marechal Guilherme Xavier de Sousa;
Cruz e Souza teve que enfrentar o preconceito racial; Em 1893, publica suas obras Missal e Broquéis, as quais são consideradas o marco inicial do
Simbolismo no Brasil;
Casou-se com Gavita Gonçalves, com quem teve quatro filhos, os quais morreram precocemente por tuberculose, o que deixou-a enlouquecida
1896. Foi o escritor quem cuidou da esposa, em sua própria casa. Essa é a temática de muitos poemas de Cruz e Souza;
A linguagem de Cruz, herdada do Parnasianismo, é requintada, porém criativa, na medida em que dá ênfase à musicalidade dos versos por intermédio da exploração dos aspectos sonoros dos vocábulos;
Cruz e Souza faleceu aos 36 anos, em 19 de março de 1898, vítima do agravamento no quadro de tuberculose.
Obras
Poesia:
Broquéis (1893);
Faróis (1900);
Últimos sonetos (1905).
Prosa poética:
Tropos e fanfarras (1885) em conjunto com
Virgílio Várzea;
Missal (1893);
Evocações (1898).
Tristeza do Infinito
Anda em mim, soturnamente, uma tristeza ociosa, sem objetivo, latente, vaga, indecisa, medrosa.
Como ave torva e sem rumo, ondula, vagueia, oscila e sobe em nuvens de fumo e na minh'alma se asila.
Uma tristeza que eu, mudo, fico nela meditando e meditando, por tudo e em toda a parte sonhando.
Tristeza de não sei donde, de não sei quando nem como... flor mortal, que dentro esconde sementes de um mago pomo.
Dessas tristezas incertas, esparsas, indefinidas... como almas vagas, desertas no rumo eterno das vidas.
Tristeza sem causa forte, diversa de outras tristezas, nem da vida nem da morte