Cronica

CRÓNICA
Isidro Silva
Elsa Silva
DUAS ASPIRINAS UM COPO COM ÁGUA, UMA CAIXA DE PENSOS…
Odeio ir às urgências no centro de saúde! Porque nós demorámos muito tempo para sermos atendidos.Umas das razões que me leva a odiá-lo é quando chegamos com dores e não somos atendidos de imediato, ainda têm a lata de dizer para aguardar em silêncio que “o senhor doutor tá dormindo”.A sala de espera vai ficando cada vez mais cheia, comos utentes que vão chegando, olhando uns para os outros, esperando pela nossa vez. A paciência vai-se esgotando devido à grande demora e até parece que fazem de propósito. As dores aumentam mais e mais, o que nos leva a ficar impacientes.

Vejo as enfermeiras andarem de um lado para outro, sem fazer caso dos utentes, indiferentes ao sofrimento alheio. A secretária vai tirando as fichas dos pacientes, colocando por ordem de chamada. Os doentesaguardam na sala, corredores e na porta,ficando afadigados com tanta demora.
Uns vão embora outros perguntam se o doutor está? Respondem: – Ele foi ao café! E ao fundo observo-o fumando um cigarro, descansado, sempressa para fazer o seu trabalho, (o paciente que espere). O utente do lado ironiza “se tem pressa vá ao meu consultório privado, lá é rapidamente atendido desde que leve o dinheiro para a consulta!”Finalmente chegou a minha vez.Lá vou para a consulta todo queixoso. O médico deve ter dormido desabafado,expressandoter muito trabalho, logo nem deu tempo de aquecer acadeira. De seguida, fui à farmáciaa fim de aviar a receita. Quando lá cheguei, aguardei pela minha vez, pois tinha vários utentes maioritariamente idosos para serem atendidos. Enquanto aguardava fui ouvindo lamentos, que demonstravam como o nosso sistema de saúde está de mal a pior e, pela experiência acabada de passar, não tinha a menor dúvida. O senhor João entregou a receita para ser aviada, “a senhora enfermeira” reparou que o mesmo era reformado e informou-o que não poderia ser despachado porque, no centro de saúde, não colocaram a