Crise dos estados nacionais
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Além destes aspectos que debilitaram o movimento trabalhista, de todos os matizes, e por extensão comprometeram os Estados Nacionais, os acontecimentos que marcaram a crise dos anos 1970 acabaram por colocar os trabalhadores contra o Estado. Isto porque, no importante período de políticas keynesianas, a mediação do Estado se encarregou de construir uma nova relação entre trabalho e capital. Na verdade, muitas vezes esta relação foi mais que mediada; foi assumida pelo Estado. A importância disto não está apenas no plano político, mas também no plano ideológico. O choque de interesses que animava hostilidades de classe entre patrão e empregado, quando a relação entre estes era direta, foi arrefecendo, na medida em que os embates passaram a mover os trabalhadores contra o Estado que lhes fixava o salário de inserção/mínimo, as taxas de correção salarial, os tributos impopulares, as aposentadorias e pensões iníquas, as leis consideradas injustas. Essa situação de animosidade passou a acompanhar os trabalhadores e cresceu, na medida em que o Estado não só lhes frustrava a expectativa quanto ao salário direto, como também quanto ao salário indireto, expresso na saúde, na educação, no transporte, na habitação públicas, quase todos avaliados como ruins ou insuficientes, enfim carentes de suplementação. O Estado passou a ser o Grande Patrão. Os verdadeiros patrões subsumiram na aparente impotência de se opor aos limites das leis trabalhistas, como se estas definissem máximos, e não mínimos, a serem concedidos. Finalmente, os EUA, ou melhor, sua classe hegemônica, maior beneficiária do contexto, destacou-se como força determinante, aparentemente incontestada, em plano mundial, exercendo, por isso e para isso, um papel de aglutinador, da sociedade capitalista, sem precedente