Crise do Sistema Colonial

A Crise do Sistema Colonial
Texto Básico

O século XVIII, como já se viu, é o momento em que se completa a transição do Feudalismo ao Capitalismo. E, nesse momento, ou a partir dele, nas áreas coloniais ocorrem os "movimentos de independência", tradicionalmente vistos e estudados de maneira incompreensível, uma vez que dificilmente se procura articular os dois fenómenos. Na realidade, uma vez iniciado o processo de industrialização na Inglaterra, o sistema colonial, montado sob a ótica do capital mercantil desestrutura-se completamente, e é esta dimensão que não pode ser ignorada quando se procede ao estudo das "independências".
Há um consenso entre os autores no que diz respeito às motivações profundas (internas e externas) e aquelas mais conjunturais, que explicariam o rompimento das áreas coloniais com as suas respectivas metrópoles. Internamente, o que se observa é o desdobramento lógico da colonização: as colónias se desenvolvem, devido à própria exploração que se faz sobre elas. Constitui-se uma elite, a classe dominante colonial, que detém um certo poder sobre a sociedade, apesar de se subordinar aos interesses e aos grupos dominantes da metrópole. O desenvolvimento das colónias produz um reforço, um agravamento, da opressão metropolitana. Em outras palavras, cresce e se aprofunda a oposição entre metrópole e colónia.
Paralelamente, na área central do sistema (as metrópoles), ocorrem transformações fundamentais. O Antigo Regime entra em crise, com as Revoluções Burguesas possibilitando destravar as amarras que ainda impediam a plena realização do sistema capitalista. A era do absolutismo e do mercantilismo findava, portanto, e novas relações sociais de produção iriam se impor devido à Revolução Industrial. Todo um aparato teórico acompanhou essas modificações (o Iluminismo e o Liberalismo económico), investindo contra os monopólios e contra o trabalho escravo, que não condiziam com a nova ordem. Ora, monopólio (o exclusivo comercial) e escravismo eram