Crise da Dívida Externa

905 palavras 4 páginas
1960, período de grande liquidez internacional de capitais, se deu em um momento de crescimento expressivo do PIB (o “Milagre Econômico”). Procurou-se associar esse aumento ao crescimento, mas o crescimento das reservas, correspondente a dois terços do endividamento e o fato do mesmo representar apenas 5,3% do financiamento da formação bruta de capital, enfraquecem a posição.
Até 1973, segundo Davidoff Cruz, a balança comercial esteve perfeitamente equilibrada, o que tampouco justifica a captação externa no período. O aumento da dívida pode ser atribuido, portanto, a uma preocupação em assegurar um bom volume de reservas internacionais, tais que essas fossem suficientes para garantir um ano de importações (as reservas brutas anteriormente não eram suficientes para cobrir nem um mês).
Entre 1974 e 77, o endividamento cresceu com o financiamento dos altos déficits em transações correntes causados pelos choques externos, além da decisão de implantar o II PND, financiando os déficits da balança comercial e de serviços. Os grandes investimentos estatais do período também fizeram a participação estatal da dívida aumentar expressivamente (ao mesmo tempo em que houve retração dos investimentos privados). Além disso, os empréstimos passaram a ser feitos a taxas de juros variáveis, que se tornariam cada vez maiores. Isso, junto com o aumento da dívida bruta, tornou o endividamento externo um processo autoalimentado. Entre 1977 e 78, o pagamento de juros já representava quase 50% do déficit em conta corrente.
A partir de 1979, a situação das contas externas tornou-se extremamente grave, devido ao novo choque do petróleo e ao choque dos juros externos. Além disso, o aumento do protecionismo e a retração dos fluxos comerciais, implicou na redução das exportações brasileiras em 1982/83.
No final de 1982, após a moratória mexicana, o Brasil buscou, com o FMI, recursos e apoio para renegociar a dívida. Foi esse o destino dos elevados superávits comerciais que o país registrou

Relacionados

  • A Crise da Dívida Externa
    416 palavras | 2 páginas
  • A Crise da Dívida Externa e a Crise Fiscal do Estado
    2027 palavras | 9 páginas
  • A crise da dívida externa e a crise fiscal do Estado
    432 palavras | 2 páginas
  • A economia brasileira na década de 80: consequências da crise da dívida externa, inflação e crise do estado
    4104 palavras | 17 páginas
  • DIVIDA EXTERNA BRASILEIRA: a crise dos anos 1970 até meados de 1990.
    404 palavras | 2 páginas
  • Contas externas do brasil: evolução recente
    7764 palavras | 32 páginas
  • ECONOMIA BRASILEIRA
    504 palavras | 3 páginas
  • Economia brasileira
    1374 palavras | 6 páginas
  • Reengenharia
    10912 palavras | 44 páginas
  • Economia externa no Brasil de 1990 a 2012
    8678 palavras | 35 páginas