CRIANDO ESPETADORES EMANCIPADOS

8203 palavras 33 páginas
PUC-RIO
FILOSOFIA DA CULTURA

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO DE JANEIRO
CRIANDO ESPECTADORES EMANCIPADOS

Arlindo Nascimento Rocha1.
“Há dentro deste processo que é a representação teatral, dentro desse acontecimento de múltiplos personagens, um personagem chave mesmo que não apareça em cena e pareça nada produzir: O espectador. Ele é o destinatário do discurso verbal e cênico, o receptor dentro do processo de comunicação, o rei da festa; mas ele é também o sujeito de um fazer, o artesão de uma prática que se articula perpetuamente com as práticas cênicas.”
(UBERSFELD,1981, pg. 303)

1 Licenciado em Filosofia Pela (UNICV) Universidade Pública de Cabo Verde.
Aluno extraordinário do Curso de Pós Graduação em Filosofia, na PUC “Pontifícia Universidade
Católica do Rio de Janeiro”.

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PUC-RIO
FILOSOFIA DA CULTURA

RESUMO
Ao longo dos tempos o espectador sempre foi visto como uma figura passiva dentro da teoria teatral. Porém, outras teorias demonstram que a capacidade perceptiva não é puramente recepção passiva, mas também atividade.
Atualmente, o espectador continua sendo visto como um receptor passivo, fascinado pela aparência e conquistado pela empatia que o faz identificar-se com as personagens da cena e com e espetáculo.
Assim apoiando nas ideias de Antonin Artaud (1896 /1948), Friedrich Brecht (1898
/1956) defensores das duas iniciativas modernas da reforma do teatro e de Jacques de
Rancière (1940), que através da sua obra, O Espectador Emancipado, reflete sobre a recepção da arte e a importância ética e política da posição do espectador, pretendemos desvendar algumas ideias ultrapassadas sobre a relação entre o teatro e o espectador.
Meu objetivo último, não é coletar e nem forjar receitas ou soluções definitivas, no entanto, pretendo refletir e trazer minha contribuição no que tange a in/formação do espectador, como vetor libertador do fascínio que aniquila sua capacidade crítica e reflexiva diante de

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