CRENÇAS RELIGIOSAS EM TORNO DE “ZÉ BORRACHUDO”: um estudo de caso (PATOS DE MINAS-MG: 1946 / 2005)

9068 palavras 37 páginas
Crenças Religiosas em Torno de “Zé Borrachudo”: um estudo de caso (PATOS DE MINAS-MG: 1946 / 2005)

Lauro Célio Goulart1

Resumo: O presente artigo busca compreender a religiosidade em torno de um mito para a cidade de Patos de Minas, que é o culto ao defunto “Zé Borrachudo”. Nesse sentido, pretende-se desvendar a construção do referido mito, buscando perceber a vivência e a contribuição de “Zé Borrachudo“ para as manifestações culturais e religiosas na cidade de Patos de Minas. Tentou-se, igualmente, identificar os atributos que o levaram a ser reconhecido como “santo” pela comunidade patense.

Palavras-Chave: Zé Borrachudo – Mito – Religiosidade – Patos de Minas.

A santidade popular é um fenômeno identificável antes mesmo da era cristã, os santos profetas, Moisés, Samuel, Daniel, entre outros que contribuíram para a elaboração do livro sagrado judaico-cristão, foram os primeiros a sagrarem-se santos. Após o nascimento de Cristo, era comum considerar santas as pessoas que morriam de uma morte trágica, principalmente os pregadores ascetas que se colocavam contra as religiões pagãs do Império Romano.
Nos primórdios da Igreja, não havia um processo formal de reconhecimento dos santos. Isso porque os primeiros mártires cristãos, como Pedro (apóstolo de Jesus e primeiro papa), já eram cultuados popularmente. O primeiro santo canonizado por um papa foi Ulrich, bispo de Augsburg, que foi declarado santo pelo papa João XV, no ano de 9932.
Sacrifício e injustiça, aliados à idéia de santidade, é uma idéia que está presente no cristianismo desde o seu surgimento, com a imagem de Cristo configurada como modelo central desse imaginário. Na busca por refletir sobre as questões que fundamentam e dão vida a essa representação, pretende-se, com o estudo sobre a santidade de José Lourenço da Costa, ou Zé Borrachudo, apelido que o tornou conhecido localmente, identificar os atributos que o levaram a ser reconhecido como santo pela comunidade patense.

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