Contra Cultura

PIRADOS, EXPIRADOS, INSPIRADOS

Em paradoxo ao horror da guerra fria, a classe média americana vivia a euforia de um crescimento econômico e tecnológico sem precedentes. Em meio a esse cenário nasce o Movimento poético literário intitulado de Beat, formado por jovens norte-americanos inconformados com o sistema da época (segunda metade da década de 40 e nos 50). A insatisfação desses jovens era: o estilo americano de vida que privilegia o consumismo desenfreado; a multidão solitária absorvida pela ânsia de segurança sob o terrível clima de guerra fria; a tirania das massas, pela tendência de formar rebanhos de cidadãos medíocres; a submissão generalizada; o conformismo e a necessidade de identificação com a imagem que a sociedade exige de cada um.

Em oposição a esse esquema de dominação e controle, criou-se uma figura solitária marginal, arredia a toda a engrenagem social oficialmente reconhecida. Com isso eles buscavam uma nova percepção da vida humana através do uso de drogas, das experiências psicanalíticas, do sexo e de filosofias orientais especialmente o budismo, registrando essas “viagens internas para dentro de si” em seus poemas, diários e livros. Rejeitavam o caminho intelectualismo e os valores burgueses, devotando-se a uma vida marcadamente sensorial e deixando-se arrastar por sua ludicidade e desprezo pelas satisfações de um rendimento regular, valorizando assim a espontaneidade, a natureza e a expansão da percepção, que alcançariam através do Jazz, das religiões orientais e dos alucinógenos como a maconha e o LSD. E assim nasciam os desbravadores dos caminhos da experiência mental.

Derivados dos beatnicks, nos últimos anos da década de 60 surgiram os Hippies, que criará partidos políticos que darão poder a juventude e transformarão o mundo. Em 1967, Abbie Hoffman e Jerry Rubin fundam o YIP (Youth International Party – Partido Internacional da Juventude), uma tentativa de abrir espaço mais institucionalizado que fosse capaz de canalizar a