Continuidade cultural na Índia

Introdução Renascimento: ¹
Ato ou efeito de renascer; o mesmo que renascença;
Época, à volta dos séculos XV e XVI, em que se deu uma renovação científica, literária e artística, e que era fundada, em grande parte, na imitação da Antiguidade;
Conjunto de aspectos ou traços literários e artísticos que caracterizam essa época.
A definição do dicionário Aurélio demonstra uma vertente dominante no meio historiográfico de que a existência do renascimento, tal qual conhecemos, foi uma exclusividade da Europa ao fim da Idade Média.
Entretanto, Jack Goody, em sua obra, Renascimentos: um ou muitos?, defende a tese de que a evocação do passado em determinados períodos da história é uma característica bastante comum em sociedades letradas em sentido amplo, de onde quer que fossem. De acordo com ele, existiram renascimentos em diversas culturas para além da famosa renascença italiana.
Logo no início da obra, Goody apresenta seu ponto de vista: “Todas as sociedades estagnadas requerem algum tipo de renascimento para voltarem a se mover, e isso pode implicar um olhar retrospectivo sobre épocas anteriores (a Antiguidade, no caso da Europa) ou outro tipo de florescência. Esse é o meu polêmico pano de fundo. Não vejo o Renascimento italiano como a chave para a modernidade e para o capitalismo”².
Segundo o autor, esses períodos de renascimentos culturais também são marcados pelo enfraquecimento do elemento religioso, e produzem episódios humanistas que acarretam em mais liberdade ao homem, tanto nas ciências como nas artes.
O trabalho a seguir é focado na análise comparativa, realizada por Goody, a respeito do renascimento no Oriente, especificamente na Índia.

Ao longo do texto, o autor menciona a falta de necessidade de ocorrer um renascimento na Índia, visto que sua cultura jamais “precisou morrer para renascer”, mas sempre teve uma continuidade, como expressa no seguinte trecho:
“(...) ao longo do tempo houve desenvolvimento tanto nas artes quanto nas