Conservadorismo no Serviço Social (resenha)

Resenha de Livro
Fragmento: Capítulo introdutório e capítulo primeiro (Item 1.3)
O conservadorismo clássico: Elementos de caracterização e crítica
(NETTO, Leila Escorsim)

A obra tem como objeto o pensamento conservador clássico e como objetivo “contribuir para compreensão da forma clássica deste fenômeno tão persistente” (NETTO L. E., 2011, Prefácio). Leila Netto atenta que para fazer crítica ao conservadorismo contemporâneo se faz necessário um amplo conhecimento sobre o pensamento conservador clássico. (NETTO,2011)
O que ressaltaremos a seguir é uma breve discussão dos traços constitutivos do conservadorismo clássico. Sua base ideológica é a recusa da Modernidade que se explicita no pensamento e obra de Durkheim, posteriormente, cujos princípios são fundados no positivismo.
Edmund Burke, filósofo irlandês considerado pai do conservadorismo, fundamenta sua tese conservadora clássica na oposição a Rousseau, que defende o jusnaturalismo e o contratualismo. Os principais pontos da argumentação burkeana são:
1) Só são legítimas a autoridade e a liberdade fundadas na tradição;
2) A liberdade deve ser sempre uma liberdade restrita;
3) A democracia é perigosa e destrutiva;
4) A laicização é deletéria;
5) A razão é destrutiva e inepta para organizar a vida social;
6) A desigualdade é necessária e natural.

Os conservadores defendem ainda que o pilar central está na família, já que, “tomamos nossas leis fundamentais no seio de nossas famílias.” (Burke, in Marcuse, 1972, p.125 apud Netto, 2011, p.66) e que o preconceito é a forma humana de manter o tradicionalismo.

O pensamento conservador não pretende senão manter princípios que inviabilizam o desenvolvimento do ser social. Percebe-se nesta tese que o autoritarismo, o tradicionalismo e o antirracionalismo têm por principal objetivo negar a democracia, algo que é totalmente contrário a proposta atual do projeto ético político que guia o Serviço Social no Brasil.
Se pensarmos somente por esta teoria