CONSEQUÊNCIAS DO DIVÓRCIO NAS CRIANÇAS
As modernas leis do divórcio procuram que nenhum dos cônjuges apareça como responsável pela ruptura.
Um divórcio civilizado é um divórcio sem culpados.
O que não se pode evitar, é que haja sempre inocentes que sofrem: os filhos.
Para avaliar a amplitude social do divórcio, basta referir que num ano (1979-80) houve nos Estados Unidos 1.184.000 divórcios, o que em termos relativos equivale a um divórcio por cada dois novos casamentos. Durante este mesmo período, 1,2 milhões de crianças juntaram-se, assim, aos 17 milhões de menores de 18 anos que vivem com um só dos pais. Além disso, a duração média do casamento dos que se divorciam é actualmente de 6,6 anos, o que implica que muitas destas crianças são de tenra idade e especialmente vulneráveis ao choque do divórcio.
As reacções das crianças
Para explicar as reacções dos filhos dos divorciados, alguns psiquiatras têm em conta tanto a sua experiência clínica como os estudos anteriormente publicados.
As crianças em idade pré-escolar são particularmente vulneráveis, uma vez que não podem entender situações complexas e ficam confusos perante o que acontece na família. Emocionalmente, a consciência desabrocha e tendem a culpar-se pela ruptura familiar (fui mau… se me tivesse portado bem, o pai não teria saído de casa”). As investigações feitas com crianças destas idades, mostram que se tornam irascíveis e muito mais dependentes dos seus pais.
Quanto às crianças já em idade escolar, têm reacções mais complexas e indirectas. Geralmente sentem-se sós e carenciados de ajuda, que pode manifestar-se em depressões, transtornos psicossomáticos, problemas no relacionamento com os colegas e dificuldades na própria escola. Num estudo sobre 387 filhos de divorciados que careceram de assistência psiquiátrica, Kalter constatou um alto índice de agressividade em crianças dos 7 aos 11 anos. Manifestam ainda, frequentemente, a ideia de fugir de casa com o fim de experimentar como seria a vida