Concepções sobre a escola

Há de se perguntar o porquê do tão arraigado dualismo que muitas escolas teimam em manter como vela principal para seus currículos. Talvez, simplesmente pela facilidade de posicionamento: sou ou não sou, tenho ou não tenho, faço ou não faço, e a inação de seus atores educacionais que preferem não correr o risco de ter que trabalhar a complexa diversidade humana. Perde a escola, perde a sociedade, perde a humanidade que se vê aprisionada em uma ditadura discriminatória e reprodutora de status quo.

Superar a supremacia HOMEMBRANCOHETEROSEXUALRELIGIOSO depende basicamente da aceitação de que somos muito mais que uma definição, um rótulo, um estigma. Somos complexos, diversificados e altamente potenciais dentro da unicidade de cada um.

O papel da educação não se restringe à mera transmissão de conhecimentos formais. Escola é o espaço que permite a promoção da cidadania. O reconhecimento da diversidade de valores morais e culturais em meio a uma sociedade vista como heterogênea se faz necessário, e a vivência escolar possibilita esta intervenção da realidade social em sua diversidade.

A escola e o docente devem estar preparados para a complexidade diversificada dos que se apresentam para o processo ensino aprendizado e pronta para aproveitar a diferença individual como instrumento para uma formação mais ampla e consistente com o que é real em uma sociedade que é plural.

Mas também existem características que são próprias dos profissionais da educação que precisam ser levadas em conta, uma vez que lidar com a preparação de seres humanos nos aspectos cognitivos e afetivos, o que acarreta uma diversificação de atitudes para contemplar diferentes demandas escolares e sociais. Trata-se dos quatro saberes necessários à formação do professor: resiliência, humor, cuidado com o outro e luta contra a cegueira da especialização.

A ação do docente que almeja tratar com sensibilidade a formação do educando é explicitada pela persistência e disciplina numa tentativa de