Conceituação de frase e oração

Tendo em vista as diferentes maneiras de conceituação de “frase” e “oração” nas diversas gramáticas tradicionais existentes no português brasileiro (doravante, PB), esse estudo pretende abarcar o conceito dado pelas gramáticas de Celso Cunha & Lindley Cintra (2008), Evanildo Bechara (2009), Pasquale Cipro Neto (1998) contrapondo com Mattoso Camara Junior (1973). No final desse estudo será apresentada uma tabela expondo de forma sucinta os principais conceitos dados por cada um dos autores supracitados.

Para Celso Cunha & Lindley Cintra (2008) a frase, tipo de enunciado, é sempre acompanhada por uma melodia. Ela caracteriza-se por ser um enunciado de sentido completo. Pode ser constituída por uma só palavra, várias ou sem verbos. Os autores ressaltam o fato de que nas frases acompanhadas por verbos a entoação caracteriza o fim do enunciado. Dessa forma, as frases que contiverem verbos serão então classificadas como orações. O número de verbos corresponde ao número de orações.

Essa definição é semelhante à dada pelo autor Pasquale Cipro Neto (1998). Para Cipro Neto, “a frase, ou a parte de uma frase, que se organiza a partir de um verbo ou locução verbal recebe o nome de oração (p. 314)”. Da mesma forma, o número de verbos é correspondente ao número de orações. Os três autores aqui citados concordam que os termos essenciais de orações são período, sujeito e predicado. O que diferencia esses dois autores é a classificação dada por Cipro Neto no que diz respeito aos diferentes tipos de frases na fala e na escrita. Embora os três autores acreditem na presença da melodia na frase, Cipro Neto destaca o fato de que na língua falada a frase se dá através da entoação; já na língua escrita a frase a frase se dá através dos sinais de pontuação. Esses sinais de pontuação podem agir como definidores do sentido das frases.

Em contrapartida, o autor Evanildo Bechara (2009) destaca o fato de orações não apelarem para elementos extralinguísticos em que se acham inseridas.