Conceito de Doxa e Episteme em Platão

DOXA E EPISTEME NA REPÚBLICA DE PLATÃO
Abigail Somavilla1

Platão, em seu livro VII da República, propõe o chamado "mito da caverna". Nele, imagina-se um caverna separada do mundo por um grande muro, onde há uma entrada que permite uma pequena réstia de luz adentrar. Dentro dessa caverna, estão seres humanos acorrentados, sem poder locomover-se, ou sequer girar a cabeça em direção à luz, forçados a ver apenas as sombras do mundo exterior projetadas na parede. Os prisioneiros julgam serem essas sombras o próprio mundo real. Um dos prisioneiros decide fugir da caverna. Chegando ao mundo exterior, é ofuscado pela forte luz solar, mas aos poucos, seus olhos costumam-se, e assim ele reconhece que até então havia visto apenas sombras. Assim, ele deseja voltar a caverna e libertar os demais, porém, estes não lhe prestam ouvidos, julgando-o como louco, e possivelmente o matarão.
É possível dizer, que nesta alegoria, está expressa a principal teoria da filosofia platônica: a teoria das ideias. Segundo Platão, há um mundo sensível (simbolizado pela caverna), e há um mundo inteligível (simbolizado pelo mundo exterior). A réstia de luz que penetra a caverna, pode ser considerado como um reflexo do mundo inteligível sobre o mundo sensível, projetando as sombras que nós, os prisioneiros, tomamos como verdadeiras. O prisioneiro que escapa é o filósofo, quebrando os grilhões das opiniões através da dialética.
Após conhecer o verdadeiro, o filósofo volta aos prisioneiros, tentando liberta-los através do diálogo filosófico, porém, é tido como louco.
Platão distingue dois mundos: o inteligível, tido como o mundo verdadeiro, eterno, imutável, povoado pelas ideias hierarquizadas, em cujo topo está a ideia de Bem; e o mundo sensível, tido como uma cópia imperfeita do mundo inteligível. Segundo o filósofo, todas as coisas sensíveis participam das ideias. Por exemplo, apenas existem coisas belas por participarem da ideia de Beleza. As ideias são tidas como o