Como morrem os pobres resenha dia 13

Orwell, George. Como morrem os pobres e outros ensaios. São Paulo: Cia das letras, 2011. Para George Orwell (1903-1950), nada substitui a experiência da vida, e no texto Como Morrem os Pobres e Outros Ensaios, ele conta sobre sua estadia em um hospital público, sobre o tratamento que recebe e ainda, da falta de humanidade com as pessoas presentes. Sua estadia no hospital X foi no mínimo repugnante. A começar pela estrutura que era imprópria para serviços, a imundice e o cheiro fétido. As enfermarias eram afastadas, apenas pacientes com infecções agudas, caso o contrário, ficava feito algum animal junto aos outros, tendo que se lavar e cuidar sozinho, alimentando-se de sopas ralas e, recebendo alguma espécie de tratamento somente quando seu caso servia de objeto de estudos para os estudantes da época. Relata ainda, o pouco caso de médicos, enfermeiras e estudantes com os pacientes, nenhum citava quaisquer palavra, nem encarava-lhe os olhos. Os pobres ali eram apenas números jogados em uma cama, sem nenhum direito, tampouco algum tipo de privilegio. Era clara a falta de cuidados e atenção aos usuários, ainda mais quando estes faleciam ali, como bichos numa cama, entre pessoas desconhecidas e nenhuma enfermeira para tratar de recolher seu corpo.
Fica claro que hoje, realmente as coisas não mudaram muito, os hospitais ainda não tem estrutura suficiente para atender todas as pessoas necessitadas e, a falta de funcionários e de atendimento é visível de longe. Pessoas em corredores aguardando por horas e até dias, por atendimentos e cirurgias, algumas até falecem esperando. A medicina está avançada e não é ao todo ruim, mas, como citou George Orwell: “[...] No hospital haverá algum detalhe cruel, sórdido, alguma coisa que talvez seja pequena demais para ser contada, mas que deixa terríveis lembranças dolorosas, causadas pela pressa, a lotação, a impessoalidade de um lugar onde todos os dias morrem pessoas entre estranhos”.
Percebe-se assim, que mesmo em dois séculos