Comentários Documentário Mapuche

Comentários acerca do documentário “Mapuche”.

O Chile, após pouco mais de 200 anos de sua independência, ainda se encontra em processo de construção da identidade cultural de seu povo, buscando, nos mesmos moldes que o Brasil houvera feito, uma espécie de sincretismo cultural, procurando uma miscigenação que consiga abarcar e unificar todos os povos e culturas contidos no território do Chile; ou seja, o Estado Chileno incorre, ainda hoje, numa tentativa de criação de uma identidade cultural única e homogênea. Vemos, agora, que tal tentativa é falha, uma vez que existe um povo nativo-americano que se recusa a aceitar a identidade chilena; eles se afirmam Mapuches e exigem ser reconhecidos como tal.
O chamado Conflito Mapuche consiste na organização de comunidades Mapuche, a partir da década de 1990, na luta em defesa de uma maior autonomia, pelo reconhecimento de seus direitos e pela recuperação de suas terras ancestrais. Sobre este conflito é que buscaremos refletir no presente trabalho.
A principal reivindicação dos movimentos Mapuche, hoje, é relacionado à expropriação de terras tradicionais deste grupo identitário para concessão às empresas florestais transnacionais, que desmataram grande parte da floresta valdiviana e reflorestaram com árvores que não são nativas da região, mas que possuem maior potencial econômico, como pinheiros e eucaliptos. Em outras palavras, o Estado Chileno deu preferência ao modelo desenvolvimentista transnacional capitalista em detrimento dos direitos dos povos tradicionais que já ocupavam tais territórios desde antes da colonização espanhola. A questão agrária é de suma importância pra este povo em razão da profunda relação entre seus elementos de caráter cultural e religioso para com a preservação da terra, visto que eles a consideram sua Mãe, além do próprio fator econômico de subsistência das comunidades, uma vez que são essencialmente pecuárias e agricultoras.
Seguidamente, mas não menos importante, a questão da