colagem

Resumos:

Texto:

Vitor Rezkallah Iwasso
O Mundo de Segunda-Mão fotografia, colagem e processos digitais na prática da pintura

"Alguns anos antes, quando comecei a usar a internet diariamente, criei o hábito de copiar para o computador imagens que me chamavam a atenção durante os percursos de página a página. Sem me ater a critérios ou finalidades específicas, formei aos poucos uma grande coleção, constantemente atualizada, composta por fotografias de qualquer assunto, peças de design gráfico, propagandas, material promocional diverso, ilustrações, stills de filmes, reproduções de obras de arte, etc., normalmente sem referências sobre autoria ou propósito desse material."

"Passei, então, a imprimir em papel parte das imagens dessa arte de rua que ofereciam trechos visualmente interessantes e, baseado nessas impressões, procurava recombiná-los na tela. Mesmo partindo de imagens diferentes, as pinturas que produzi desse modo, apresentavam uma homogeneidade pictórica, muito mais “livremente inspiradas” do que “adaptadas” de imagens pré-existentes. Na mesma medida em que não me sentia à vontade para simplesmente “copiar” uma dessas fotos de modo integral, já que, normalmente, apenas um trecho da imagem me interessava, tais momentos de interesse pareciam fazer sentido somente em seu contexto original, perdendo força quando reinterpretados no plano da pintura."

"A introdução do software (Adobe Photoshop) no momento seguinte criou uma ligação direta entre as imagens consumidas (copiadas da internet) e as imagens produzidas (para a pintura), desvelando na poética um processo de “colagem” latente, de algum modo, já orientado pela lógica digital."

"O método de apropriação que se torna parte integrante da pesquisa pictórica – no momento em que meu arquivo de imagens da internet se transformou em base para as pinturas – trazia implícito outro anterior, igualmente significativo. Aqui, a seleção se dava sobre um conjunto já formado, onde todas as imagens me