Coisificação

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Vivemos tempos sombrios para as relações humanas. Como previu Karl Marx (1818-1883), o capitalismo transforma tudo em objeto, pelo signo do capital. Como projetamos nos objetos qualidades fastasmagóricas, que, intrinsicamente eles não as tem, as relações humanas, também as afetivas, viram coisas sobre a égide de um mundo baseado no capital.
O amor genuíno, que é enraizado na capacidade de compreender o outro, na comunicação dos afetos de pessoa a pessoa, sacumbe hoje pela fragmentação dessa afetividade. As pessoas se tornaram coisas que podem ser adquiridas, consumidas e descartadas, e os afetos precisam ser analisados, negociados e mercantilizados para ser aceito. Como exemplo disso vemos a banalização das relações e das entregas dos jovens com o hábito de “ficar”. O “ficante” é aquele que satisfaz a vaidade e a necessidade material de ter alguém, de ser visto e ser comentado, não importa o que sentem, muito menos o nome, nem quem é esse outro.
A Dignidade humana tem sido dissolvida pelo processo individual da “venda” da sua imagem. Para a maioria das pessoas, a valorização de alguém está ligada aos que posta nas redes sociais, tipo facebook, twitter, instagram, não importando “... sua experiência ou crença, mas só sua imagem”, diz o filosofo Contardo Calligares. Os adultos, imitando os jovens, assumem parcialmente o seus papeis e, alienados por esse mundo coisificado, se travestem de eternos jovens. Postar nestas redes sociais fotos de si próprio na frente de espelho, sorrindo, como se a felicidade fosse um estado permanente, malhando em academias, ou em viagens e restaurantes, virou a exposição máximo do produto “eu”. Para se sentir aceito, é preciso que me vejam “como sou feliz, como sou bonito(a), como sou legal”. É a quantidade de curtida que diz quem sou. E se um “amigo” deixar de me seguir, é sou apertar outro botão que conquistamos um novo.
O filosofo Zygmunt Bauman, utiliza o termo “vida líquida”, para explicar esse fenômeno da degradação do humano e

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