Ciências sociais e o senso comum

Questão 1

A relação existente entre as ciências sociais e o senso comum vem acompanhada pela noção de autoridade que as diversas ciências desempenham sobre seus argumentos. Afirmar que as ciências não brutas detêm menos autoridade que as ciências brutas chega a ser desleal. Na verdade o que ocorre é que entre as ciências não brutas, a autoridade argumentativa se coloca de uma maneira diferente se comparada com as ciências naturais. Os temas das ciências sociais rivalizam constantemente com outras autoridades, inclusive com o conhecimento estruturado pelo senso comum. As diversas ciências lidam com uma coisa chamada folk, e, em especial, as ciências sociais lidam com o conceito chamado folksociologi, que é a formação de conhecimento baseada no imaginário do senso comum. Ao mesmo tempo em que temos as ciências sociais pensando de uma forma cientifica, a linguagem folclórica se permite tratar dos mesmos temas com igual liberdade. É possível admitir a partir desse pensamento que o que diferencia o senso comum das ciências sociais é a forma de análise com que os mesmos objetos são submetidos. Nas ciências sociais essa análise é feita sob o olhar rigorosamente científico, um olhar mais refinado e dotado de ferramentas de observação. Já o senso comum, desprovido de ferramentas conceituais, faz suas analises a olho nu. Destacar a importância dos clássicos dentro das ciências sociais nos induz a perguntar o que é um clássico. E um clássico é simplesmente aquele autor que se permite dar pitacos privilegiados a respeito de determinados assuntos, ou seja, quando discutimos determinados temas, o clássico nos fala e a gente simplesmente “aceita” o que ele fala só porque ele é um clássico. Mas por que os clássicos são tão importantes para as ciências sociais? Porque, diferente das ciências não brutas, as ciências brutas não necessitam de um reforço argumentativo que venha dar maior autoridade do aquela que ela já tem. O senso comum não é capaz de questionar uma