ciências sociais - mercador de veneza

Com ênfase em Ciências Sociais:
Partimos do princípio que Shakespeare em uma de suas melhores obras que é o Mercador de Veneza demonstra de forma clara, mas não objetiva para época em que foi escrita, uma realidade que se vivia em Veneza do século XVI que era uma sociedade em evolução e a frente de seu tempo.

Porém temos que observar a evidente distorção de valores e relativismo comumente nas situações demostradas no momento de confronto das diferenças e preconceitos evidenciados na obra de Shakespeare.

Conforme Durkheim enfatiza sobre a “generalidade” sendo esta garantia de normalidade para uma sociedade com menos conflitos de interesses com efeito de se estar mais próxima da condição de distribuição de direitos mais dignos. Diz Durkheim:

... para saber se o estado econômico atual dos povos europeus, com sua característica ausência de organização, é normal ou, procurar-se-á no passado o que lhe de origem. Se estas condições são ainda aquelas em que atualmente se encontra nossa sociedade, é porque a situação é normal, a despeito dos protestos que desencadeia.
DURKHEIM, Émile. As regras do método sociológico. op. cit. p. 57.

A indubitável ausência das características organizacionais, citadas por Durkheim, claramente evidenciadas na convivência social dos personagens Shylock e Antônio que representam duas classes sociais distintas, primam a genericidade ampliada no contexto da peça. Com o intuito de fazer uma analogia entre a época do renascentismo e nossa época, confrontamos então situações de intolerância (quando Antônio não aceita o fato de Shylock ser “Judeu”), desrespeito (visto no ato de cuspir de Antônio em Shylock) e preconceito (nas atitudes discriminatórias nas ações de Antônio contra Shylock), tais posturas citadas são pressuposto de uma realidade vivida por aquela sociedade.

No sentido de aproximarmos tais ausências de organização e a fim de aproximar Direito e Literatura, podemos enfatizar realizando uma revisão crítica no