Cinema e video vertov
ANÁLISE UM HOMEM COM UMA CÂMERA DE DZIGA VERTOV
Caio Bicalho Mancini
Professor: Rodrigo Fonseca e Rodrigues
Belo Horizonte Abril de 2012
Caio Bicalho Mancini
ANÁLISE UM HOMEM COM UMA CÂMERA DE DZIGA VERTOV
Trabalho de Cinema e Vídeo apresentado à Faculdade de Ciências Humanas da Universidade FUMEC, como requisito para a conclusão da disciplina de Cinema e Vídeo
Belo Horizonte Abril de 2012
O filme “um homem com a câmera” de Dziga Vertov é um fantástico documentário de 1929, que tenta transmitir a realidade das cidades russas na década de 20 através da visão do cineasta. Ele utiliza a técnica de ‘’cinema-olho’’ ou ‘’cinema-verdade’, na qual propõe filmar apenas a “verdadeira realidade”, com a câmera representando o olho do homem, sem que a mesma interferisse nas ações cotidianas das pessoas. Vertov queria registrar em filme, de maneira distanciada, as reações espontâneas das pessoas, mas não apenas isso: era preciso filmar o próprio cineasta, para que se chegasse a uma verdade absoluta, através da montagem e do confronto das imagens. Durante o filme, é possível perceber, que um dos principais recursos utilizados para a construção do mesmo é a montagem. Ela não ocorre somente na interlocução de fotogramas, mas sobretudo no cruzamento e na multiplicação do encontro de olhares, sendo que o próprio argumento do filme impede um único olhar emissor. O mundo despertando, os olhares do diretor, da jovem mulher, da janela e da câmera, se mesclam para tentar expressar que sempre algo ou muito no dia a dia nos escapa. Nós só toleramos as rupturas porque elas nos dão a sensação de uma realidade homogênea e contínua. As montagens feitas por Vertov nos dão impressão de continuidade, de um ritmo homogêneo durante todo o filme. Não fica cansativo e nem sem nexo. O tempo corre e o mesmo brinca com o tempo. Ora acelera a