ciencia

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além de aspectos do convencionalismo, inclui a ideia de prática, de atividade.
Aprender a jogar xadrez não implica somente saber os movimentos de cada peça, assim como aprender uma linguagem não se reduz a conhecer os significados das palavras (Shibles, 1974, p. 15). É preciso também exercitar, praticar, empenhar-se nesta atividade, num universo discursivo para conhecer os lances possíveis.
A prática envolve o contexto de uso e, quando isolada desse contexto
(“linguagem de férias”), pode criar confusões: ao buscar um sentido fora do contexto de uso ou fora de um jogo de linguagem, a tendência é buscar um sentido absoluto, uma essência. Neste caso, diz Wittgenstein, “quando um filósofo [...] procura apreender a essência da coisa”, a confusão pode ser evitada, reconduzindo a palavra ao seu uso:
... deve-se sempre perguntar: essa palavra é usada de fato desse modo na língua em que existe?
Nós reconduzimos as palavras do seu emprego metafísico para seu emprego cotidiano (Wittgenstein, 1979, §116, grifo do autor).
Gerrard (1991, p. 128), ao tratar especificamente “das filosofias da matemática” de Wittgenstein, ressalta que olhar para a prática da linguagem e não para o sentido metafísico, ao buscar o significado, indica que “aquilo a que
Wittgenstein faz objeção é a uma concepção de realidade matemática que seja independente de nossa prática e linguagem e que julga a correção dessa prática”, e a objeção não se dirige propriamente a uma realidade matemática. Essa realidade do mundo platônico pode existir ou não, mas trata-se, de qualquer modo, de uma crença, de um falso problema filosófico, de uma pergunta mal formulada, pois

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