CENSURA E DITADURA MILITAR
O período de 1964 a 1985 tem estado na agenda de país do Brasil nos últimos anos, como atesta a quantidade de pesquisas e livros produzidos por comunicadores, historiadores e sociólogos. Essas pesquisas foram possíveis devido à abertura de parte dos arquivos e documentos do período ditatorial, suas sistematizações e à necessidade de resgatar as memórias dos que vivenciaram esse episódio brasileiro, como forma de trazer à tona questões importantes como a liberdade de expressão, a coerção e censura durante regimes autoritários, etc. Exemplos disso são o Arquivo Nacional em Brasília, o
Memorial da Resistência, antiga sede do Departamento de Ordem Política e Social
(Deops) e o Arquivo Nacional de São Paulo, que disponibiliza à população o acervo do
Deops. Temos ainda grupos de Pesquisa que tem se debruçado sobre essa documentação, como, por exemplo, o Grupo de Estudos sobre a Ditadura da
Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Mais especificamente sobre censura há alguns projetos e sites de grupos de pesquisa que trazem inclusive o material censurado de alguns arquivos: um desses projetos é o Memória Cine Br, que traz os processos e documentos relacionados à censura ao cinema.
Temos ainda o Observatório de Comunicação e Censura da Universidade de São
Paulo, cujo site traz os processos de censura ao teatro contidos no Arquivo Miroel
Silveira.
Censura no Brasil
A questão da censura no Brasil foi muitas vezes pensada referindo-se à imprensa, e menos a outras manifestações artísticas e culturais. O tema muitas vezes é tratado como um mecanismo de controle que surgiu durante a Ditadura Militar no
Brasil, mais precisamente com o Ato Institucional nº 5.
Um dos exemplos mais lembrados são as capas de jornais que, como forma de reagir à censura, colocavam receitas de bolo ou trechos de obras clássicas da literatura no lugar dos artigos vetados. Porém, para além da imprensa, outros setores também foram censurados durante a Ditadura Militar. Inclusive