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9301 palavras 38 páginas
Reflexões sobre o uso da categoria gênero nos estudos de História Medieval no
Brasil (1990-2003)
Andréia Cristina Lopes Frazão da Silva∗
É visível, nos últimos 13 anos, o desenvolvimento dos estudos medievais no Brasil.1
Até o fim da década de 90 haviam poucos doutores especializados em Idade Média atuando nas instituições de ensino superior no Brasil; eram raros os títulos sobre o medievo publicados por editoras brasileiras; não circulavam periódicos nacionais especializados exclusivamente no medievalismo; as bibliotecas universitárias praticamente não possuíam em seus acervos periódicos e livros sobre temáticas medievais; não existia uma associação que agregasse, em nível nacional, os interessados no ensino e na pesquisa da Idade Média; núcleos de medievalistas locais e/ou regionais eram praticamente inexistentes.2
Este quadro começou a mudar no início dos anos 90, quando os estudos medievais começaram a ter maior visibilidade nos ambientes acadêmicos do Brasil. Em trabalho apresentado em 1991, na XI Reunião da Sociedade Brasileira de Estudos Medievais, Maria
Sonsoles Guerras apontava dois fatores que, certamente, em muito estimularam o incremento do medievalismo nacional: os principais órgãos de fomento no Brasil, CNPq e CAPES, começavam a conceder Bolsas e Auxílios para os interessados em investigar sobre a Idade
Média e diversas revistas acadêmicas abriam espaço para a publicação de artigos sobre o medievo.3 Assim, a despeito das muitas dificuldades, cresceu o número de estudiosos que nos últimos anos buscaram desenvolver projetos de caráter acadêmico sobre o período em questão. Segundo dados reunidos sob a coordenação do Prof. José Rivair Macedo,4 de 1990 a
2002, 257 dissertações de mestrado, 71 teses de doutorado e 5 teses de livre docência sobre temas referentes ao medievalismo foram redigidas e aprovadas em nosso país. Segundo informações publicadas pelo Jornal da Abrem em seu número 11, podemos contabilizar ainda mais 4 dissertações de mestrado e 6 teses

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