carta de pero vaz errado

1020 palavras 5 páginas
Com um espírito renascentista, o escrivão Pero Vaz de Caminha descreveu maravilhado a natureza e os habitantes amistosos e bem feitos de corpo. Mas sem esquecer os interesses mercantilistas, relatou que os portugueses não obtiveram resposta dos índios à respeito da presença de ouro e prata (não acharam). Também reparou que os índios não trabalhavam com metais e que não plantavam nada em grande quantidade que pudesse ser vendido na Europa. Caminha concluiu que as terras descobertas só teriam importância para a Igreja converter o gentio (os índios) ao cristianismo e para os navios da rota Portugal-Índia fazerem escala no litoral.
Pardos, nus, sem coisa alguma que lhes cobrisse suas vergonhas. Traziam arcos nas mãos, e suas setas. Vinham todos rijamente em direção ao batel. E Nicolau Coelho lhes fez sinal que pousassem os arcos. E eles os depuseram. Mas não pôde deles haver fala nem entendimento que aproveitasse, por o mar quebrar na costa. Somente arremessou-lhe um barrete vermelho e uma carapuça de linho que levava na cabeça, e um sombreiro preto. E um deles lhe arremessou um sombreiro de penas de ave, compridas, com uma copazinha de penas vermelhas e pardas, como de papagaio. E outro lhe deu um ramal grande de continhas brancas, miúdas que querem parecer de aljôfar, as quais peças creio que o Capitão manda a Vossa Alteza. E com isto se volveu às naus por ser tarde e não poder haver deles mais fala, por causa do mar.

À noite seguinte ventou tanto sueste com chuvaceiros que fez caçar as naus. E especialmente a Capitaina. E sexta pela manhã, às oito horas, pouco mais ou menos, por conselho dos pilotos, mandou o Capitão levantar ancoras e fazer vela. E fomos de longo da costa, com os batéis e esquifes amarrados na popa, em direção norte, para ver se achávamos alguma abrigada e bom pouso, onde nós ficássemos, para tomar água e lenha. Não por nos já minguar, mas por nos prevenirmos aqui. E quando fizemos vela estariam já na praia assentados perto do rio obra de

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