CARANDIRU

463 palavras 2 páginas
Em Estação Carandiru Drauzio Varella focou seu corajoso relato na população carcerária de um dos presídios mais violentos do Brasil. Mas os vinte e três anos atuando em presídios brasileiros como médico voluntário também o aproximaram do outro lado da moeda: as centenas de agentes penitenciários que, trabalhando sob condições rigorosas e muitas vezes colocando a vida em risco, administram essa população. Foi com um grupo desses agentes que Drauzio passou a se reunir depois das longas jornadas de trabalho, em um botequim de frente para o Carandiru. E essa convivência pôs o autor em contato com os relatos narrados em Carcereiros, segundo volume da trilogia iniciada por Estação Carandiru – o terceiro livro, Prisioneiras, terá como ponto de partida o trabalho do médico na Penitenciária Feminina da Capital. Acompanhamos, assim, uma rebelião pelos olhos de quem tenta contê-la. Entramos em contato com o cotidiano dos carcereiros e as situações desconcertantes impostas pelo ofício, que eles resolvem com jogo de cintura e, não raramente, com humor. O que emerge é um retrato franco de um mundo totalmente desconhecido para quem está de fora.
A história nos leva além da reflexão, mostrando a dura realidade dos presídios. Não estou dizendo que quem cometeu algum crime, mesmo ele sendo hediondo ou não, merece uma vida mais “fácil”. O que cada preso fez e se ele tem ou não passar por tudo isso, vai da interpretação de cada leitor. Porém, o que acontece depois dos muros, relatada pelos “olhos” dos próprios carcereiros, que estão lá desempenhando o seu ofício, não é de todo um “mar de rosas”.

Alguns relatos chegaram a me tocar profundamente, ora por raiva, ora por tristeza. Tristeza porque vemos pessoas chegarem ao fundo do poço e não se darem conta, por diversos motivos dos quais desconhecemos. E raiva de algumas que sabem e tem a consciência de que nada daquilo que estão fazendo é certo, porém, mesmo assim se arriscam. Não sei se conseguiria ser imparcial, como muitas vezes o

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