Caramuru

Frei José de Santa Rita Durão nasceu em Cata-preta, Minas Gerais em 1722, iniciou os estudos com os jesuítas no Rio de Janeiro. Formou-se em Teologia pela Universidade de Coimbra. Ingressou na Ordem de Santo Agostinho. Por volta de 1759, fez uma pregação contra os padres da Companhia de Jesus pela expulsão dos jesuítas, mas depois se arrependeu. Viajou pela Espanha, Itália e França , quando publicou seu poema épico chamado Caramuru , em 1781, o qual tem como subtítulo “ Poema épico do Descobrimento da Bahia”, escrito no padrão da poesia de Camões.
Santa Rita Durão narra o descobrimento da Bahia e conta a história de Diogo Álvares Correia, o “Caramuru”, que é um náufrago português que viveu entre os Tupinambás , e seus amores com as índias , sobretudo com a filha do cacique Taparica, a Paraguaçu , Frei José também faz referência a sua esposa , Catarina Paraguaçu , como visionária capaz de prever as futuras guerras contra os neerlandeses.
O poema é de caráter informativo, é composto de dez cantos e, de acordo com o gênero, divide-se em cinco partes: proposição, invocação, dedicação, narração e epílogo. E é considerada uma epopéia, pois conta feitos de um personagem, no caso de Caramuru, Diogo Álvares Correia, tido pelo autor como um herói.
Tem como personagens principais Diogo Álvares, o Caramuru, Taparica, pajé dos tupinambás, Gupeva, cacique dos Tupinambás, Paraguaçu, filha de Taparica e noiva prometida de Gupeva, Jararaca, cacique dos caetés, apaixonado por Paraguaçu, Moema, índia apaixonada por Diogo.
No Canto I, o autor narra o naufrágio do navio de Diogo Álvares Correia a caminho do Brasil, o aprisionamento de Diogo e de seus sete companheiros, que sobreviveram ao naufrágio, por índios canibais, os Tupinambás, e como eles conseguiram fugir após o ataque de uma tribo inimiga.
No Canto II, o poeta conta como Diogo passou a ser respeitado e temido pelos índios que, ao ver o poder dos objetos do português, passaram a acreditar que ele era um enviado de Tupã e