Capítulo 149
No alvorecer do século XX, nos primórdios do ano de 1900, uma ideia caducou uma certa cabeça fluminense, uma ideia que atravessaria décadas e por certo atravesserá séculos, tamanha sua genialidade e complexidade literária, não se sabe ao certo como a ideia surgiu, e talvez nem todos notem, mas também não se sabe como ela finda-se, o mistério que Joaquim Maria Machado de Assis nos propõe em Dom Casmurro já foi alvo de incontáveis páginas de dissertações, teses e monografias, tendo em comum a defesa de um ponto de vista estritamente pessoal, já que nos foi ensinado nas instituições de ensino médio e diria mesmo até nas de ensino superior que o mistério na verdade não é, cabe a cada um a interpretação da obra, tendo finais variáveis.
Consideremos dois grupos de interpretações: Os crentes, aqueles que creem que Capitu traiu Bentinho, e os Céticos, aqueles que dizem que Capitu lhe foi fiel.
Pois bem, analises complexas são diversas como já antes citado, então procurarei ser bastante breve nas minhas linhas, não sei se tal material seria o suficiente para um aula, até porque o que é estabelecido para ser ensinado como literatura no Brasil chega a ser absurdo, pelos pontos de vista que excluem totalmente a literatura universal, mas isso não nos é o foco principal discurssivo, façamos uma brevíssima análise da interpretação Cética:
A narração em primeira pessoa: ora, mas uma visão pessoal da narrativa provavelmente não dará uma resposta certa sobre os mistérios da própria obra, uma vez que o conhecimento do narrador homo diegético é limitado às suas próprias conclusões; A análise psicológica do próprio narrador: desde o início da história Bentinho demonstra ser alguém totalmente depressivo e sem auto-estima, o que digamos, o colocaria para a inferiora em relações intrassociais, especialmente nas amorosas, alvo da obra machadiana.
Já no ponto de vista crente, temos uma variabilidade maior de evidências que tornam a situação mais favorável à prova do