Canção da Alma

Canção da Alma

- E eu estava ali...
- Ali? Mais ali onde?
- Em um lugar só meu... Um lugar eu que possa escutar meus próprios pensamentos. Um lugar de paz.
- Sim! Mais que lugar é esse de tal paz?
- Minha alma!
- humm
- Lá me recolho para sentir meu ser como só eu posso sentir.
- Esse recolhimento é proveitoso?
- Creio que sim. Foi à maneira que encontre de fugir de tudo e de todos para tentar me entender e assim aprender a viver...
- Fugir por quê?
- Precisava de um momento só meu pra escutar a canção da minha alma.
- Como assim Canção? Alma?
- Sim, isso mesmo “canção” “alma”.
- Me explique mais!
- Ta bom.
- Nossa vida é marcada por inúmeros acontecimentos... Tem aqueles que damos importância, aqueles que nem a gente ver passar, aqueles que queríamos que fossem eternos e até os que queríamos que nunca tivessem existido.
-Hum...
- Em nossa alma ficam guardados vestígios desses momentos sejam eles bons ou ruins. São como cicatrizes e sinais de nascença. Tais marcas são cantadas, são lidas por nosso “ser”... Essa canção nos proporciona grandes reflexões o que nos leva a pensar ... Pensar... Questionar... Será que todos os momentos foram inválidos ou validos, o que fiz e o que não fiz, o que tentei e que deixei de tentar... E a cicatrizes valeram apena?
- Toda essa canção me parece lapsos de reflexões.
-Sim! São lapsos... Como um grande Coral de vozes entonadas...
- Cantam e cantam cada vez mais sem parar até a voz acabar...
- Sim! E quando az vozes se calarem?
- Ai sim não, mas me restarão questionamentos, incertezas, feridas, cicatrizes, marcas, lembranças...
- Por quê?
- Pois quando isso acontecer não será eu o espectador ao ouvir a melodia entoada em minha alma. Pois ali não estarei mais...

Pois seria o que do homem sem seus questionamentos sem suas marcas sem a sua “canção da alma” De nada valeria uma canção se não houver se quer um espectador. Portanto aprenda a ouvi-la... Pois creio que não existe Canção mais bela que