Cangaço

Cangaço

Entre o final do século XIX e começo do XX (início da República), surgiu, no nordeste brasileiro, grupos de homens bem armados, assassinos e conhecedores da região, chamados de cangaceiros. O cangaço foi um fenômeno ocorrido no nordeste brasileiro e tinha suas origens em questões sócias e fundiárias da região e era caracterizadas por ações violentas de grupos ou indivíduos isolados, ações essas como assaltos a fazendas, sequestro de coronéis (grandes fazendeiros) e saques realizados a comboios e armazéns. Para isso, contavam com o isolamento do sertão, com o tradicional descaso e a incompetência das autoridades constituídas, bem como com a conivência ou proteção de vários chefes políticos locais, os grandes proprietários rurais. Os cangaceiros não moravam em locais fixos. Possuíam uma vida nômade, ou seja, viviam em movimento, indo de uma cidade para outra. Ao chegarem às cidades pediam recursos e ajuda aos moradores locais, aos que se recusavam a ajudar o bando, sobrava a violência. Como não seguiam as leis estabelecidas pelo governo, eram perseguidos constantemente pelos policiais. Usavam roupas e chapéus de couro para protegerem os corpos durante as fugas da vegetação cheia de espinhos da caatinga. Além desse recurso da vestimenta, usavam todos os conhecimentos que possuíam sobre o território nordestino (fontes de água, ervas, tipos de solo e vegetação) para fugirem ou obterem esconderijos. O cangaceiro mais famoso foi Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, também denominado o "Senhor do Sertão" e "O Rei do Cangaço". Atuou durante as décadas de 20 e 30 em praticamente todos os estados do nordeste brasileiro. Para a sociedade, Lampião simbolizava a brutalidade, mas para a população nordestina ele era um símbolo de bravura, heroísmo e honra. O agravamento do problema do cangaço levou as polícias estaduais a criar forças especiais para combatê-lo, as chamadas "volantes". O cangaço teve o seu fim a partir da decisão do então Presidente da República,