Caipira

No livro Acorde na aurora, musica sertaneja e indústria cultural de, Orlando Miranda, podemo-se notar que o autor faz uma enorme diferença entre música Caipira e musica sertaneja.
A música caipira ou música do homem camponês passou por transformações que, segundo o autor foram forçadas pela indústria cultural, transformando e moldando a musica do campo para a vida urbana e assim direcionando esta para uma maior parte da sociedade, não sendo a musica caipira mais posse exclusiva da comunidade rural.
Orlando Miranda, mostra que as músicas sertanejas transplantadas para a cidade mais ou menos após a década de 30, 40, 50, e 60, foram escritas voltadas para o cotidiano da cidade sendo sempre o tema central das letras romances, amores proibidos, ou letras que mexessem com a imaginação do camponês que tentava a sorte grande nas cidades.
Nesta época ouve grande êxodo de pessoas do campo para a cidade. O começo dessa imigração começou segundo Rosa Nepumenco, em seu livro: Música caipira da roca ao rodeio. com a quebra da bolsa de valores de Nova York, em 1929, que resultara na baixa da cotação internacional do grão brasileiro, e em 1931 a 1937 o governo Vargas proibiu novas plantações.
Na visão Orlando, a indústria cultural faz com que a musica seja focada estritamente no consumo destinado as massas, tendo assim que acompanhar o gosto estético do publico, não se preocupando com seu desenvolvimento sócio-cultural.
Para autora Rosa Nepumenco: “ser caipira ou um moderno sertanejo é uma questão de destino, gosto, ou herança cultural, expectativas, escolhas – Cada músico tem sua definição. Não é simplesmente nascer na roça, cantar em terças e tocar viola. Mas entre um e outro passa um rio tão largo e caudaloso quanto o do rio Tietê. O artista do interior pode manter a tradição, cantando para platéias menores, ou trocar a viola por uma banda inteira e botar milhões de pessoas de braços para o ar, no ritmo de rodeios e rocks da salada pop sertaneja”.
Os dois autores