Burle Marx

Roberto Burle Marx nasceu em 1909, em São Paulo, mas se muda para o Rio de Janeiro em 1913. Em busca de tratamento para um problema de visão, vive na Alemanha de 1928 a 1929, período em que estudou pintura e teve e frequentou muito o Jardim Botânico de Berlim, onde teve contato com a flora brasileira e as vanguardas artísticas europeias. De volta ao Rio de Janeiro, começa a cultivar em sua casa as espécies tropicais que havia visto na Alemanha e ingressa na Escola Nacional de Belas Artes, onde convive com artistas plásticos e arquitetos. Burle Marx desenvolveu um trabalho como artísta plástico, e realizou muitos estudos sobre o tema. No entanto, teve destaque em sua trajetória como paisgísta, que foi muito influenciada por sua experiência no campo das artes. Burle Marx se tornou uma figura importante do paisagismo brasileiro no contexto do modernismo, período marcado pela busca de uma identidade nacional e rompimento com valores europeus em diversas áreas, como nas artes plásticas e na arquitetura. Nas artes plásticas, uma característica importante que manifesta essa visão é a tentativa de criar uma percepção positiva da natureza brasileira, até então não valorizada. Isso se dava por meio de um reconhecimento e interpretação da flora sem distanciamento e idealismo romântico, e a adoção de símbolos de brasilidade, como por exemplo o cacto, muito representado na obra de Tarsila do Amaral (fig. 1). Assim, foi muito importante o estudo de Burle Marx sobre espécies nativas, caracterizado pelo Sítio Santo Antônio da Bica - local em que ele realizava seus estudos e abrigava uma enorme variedade de plantas nacionais obtidas em suas famosas expedições (fig. 2), e pelo uso da vegetação própria do bioma em que o jardim projetado seria inserido, característica muito marcante no Cactário da Madalena, projeto de 1935 (fig. 3). O uso de plantas nativas foi de fato uma questão importante em sua obra, mas não foi o aspecto mais inovador. A inovação de sua obra se dá