bucolismo
É um género poético cujo carácter essencial assenta na representação da vida pastoril como algo ideal. Foi com as éclogas de Bernardim Ribeiro e de Sá de Miranda que atingiu o "estado adulto", desconhecendo-se, contudo, qual dos dois foi o seu precursor. Sabe-se, contudo, que Bernardim Ribeiro foi o criador da chamada "écloga passional", caracterizada, segundo J. P. Coelho, por "um sentimento muito realista da natureza e, ao mesmo tempo, uma extrema de introspeção, o cego afundimento na paixão amorosa; o deleite entre os abismos da melancolia, quiçá da loucura, na tentação de, à beira deles, acerca deles discorrer" e que Sá de Miranda experienciou quase todos os motivos pastoris, nomeadamente através da "écloga polémica" e da "écloga artística". Nestas, o autor, para além de uma grande preocupação estética, manifesta uma profunda preocupação moral, social e filosófica.
Principais tipos de éclogas:
Éclogas polémicas - são, através do "fingimento" pastoril, o louvor das virtudes patriarcais; o contraste cidade-campo; o contraste corte-aldeia; apologia da vida campestre como garante da liberdade moral e apelo ao bom senso, ao equilíbrio e ao saber dos antigos como solução para os problemas mais diversos.
Éclogas artísticas - surgem, segundo J. P. Coelho, como produto de importação que encontrou em Sá de Miranda fervor, prudência e integridade.
Assim, a ficção pastoril conseguiu atrair muitos dos poetas cortesãos, passando a constituir um verdadeiro ideal da aristocracia. Poetas como D. Manuel de Portugal, Francisco Sá de Meneses, Pedro de Andrade Caminha, António Ferreira e Diogo Bernardes são alguns nomes que nos deixaram obras que atestam bem este ideal.
Poema de Sá de Miranda em Azulejos na Casa do Barreiro, Gemieira, Ponte de Lima.
Bibliografia:
http://www.infopedia.pt/$bucolismo
http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/b/b9/Azulejos_Casa_do_Barreiro.JPG