Bombadeira
O documentário “Bombadeira”, ambientado em Salvador, conta a história de travestis de baixa renda e sua relação com a aplicação de silicone industrial no corpo. O termo “Bombadeira” se refere as travestis que transformam o corpo de suas clientes com aplicações clandestinas de silicone (geralmente silicone industrial não permitido para uso em seres humanos). Mesmo havendo implicações legais não é difícil encontrar o silicone industrial. Esse produto que não deve ser utilizado no corpo humano, é utilizado para obras como impermeabilizante de azulejos, lubrificante de máquinas a motores, entre outros fins. O silicone industrial, como o próprio nome sugere, não é para fins estéticos, pois quando injetado no organismo pode acarretar em vários problemas, como deformações, dificuldades para caminhar e até mesmo morte por infecção generalizada. O silicone que pode ser utilizado para fins estéticos deve estar sempre dentro de implantas, que são chamadas de próteses e jamais na sua forma líquida. Quando o silicone industrial é injetado em sua forma líquida acaba aderindo ao músculo e isso pode causar uma reação inflamatória com muitas possíveis complicações, como tumores e edemas. O uso do silicone industrial é muito perigoso e traz consequências para quem, ainda assim, aposta nesse método. A grande questão é: quem poderia sequer pensar em aplicar tal produto quando se tem informações como estas? Dois motivos claros são bem expostos nesse documentário: o seu baixo preço de compra do produto e aplicação e o padrão social do “corpo perfeito”. Geralmente, pessoas de baixa renda como travestis e profissionais do sexo, como é o caso aqui retratado, são adeptas do mesmo. Uma das travestis entrevistadas menciona a questão de que os travestis que possuíam o corpo mais semelhantes com o de uma mulher, com seios, pernas e quadril avantajado, conseguiam mais cliente e, consequentemente, conseguiam