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Quem não gostaria de experimentar as sensações de ser invisível? Subtrair-se ao olhar de seus semelhantes, que delícia! Ser livre para bisbilhotar sem ser pressentido, desvendar segredos e presenciar atos e fatos que normalmente se ocultam a todos, que perspectiva sedutora! A idéia de ser invisível acarreta uma noção de extrema liberdade, de livre-arbítrio, e traz consigo a de impunidade, pois o indivíduo se furtaria não só à vista dos homens como à lei e à justiça.
O Homem Invisível, de H. G. Wells, mostra, porém, como essa liberdade e essa impunidade são ilusórias. Griffin, o físico que inventa um meio de se tornar invisível, deixando-se embriagar pela noção do incrível poder de que dispõe, percebe de imediato o outro lado da questão: em pleno inverno, só pode andar nu para não se denunciar, o que lhe provoca espirros e gripe; vê-se obrigado a usar permanentemente máscara e roupas para "existir" e comunicar-se com o mundo; não consegue, e em grande parte devido a seu gênio irascível, estar em boas relações com ninguém, o que lhe frustra as ambições de ser "reconhecido" como gênio e como uma pessoa especial. Ao invés disso, é caçado como um marginal da pior espécie, um inimigo público, o símbolo da maldade e da estranheza que o homem comum enxerga em tudo aquilo que não compreende. E ele próprio, por fim, parece aceitar e desejar essa

marginalidade. Mais ainda: ciente de que a invisibilidade é uma força, um poder de que se acha investido, sonha com um reinado de Terror sobre as pequenas aldeias que atravessa. Todavia, tendose acumpliciado com um vagabundo ao qual confia os livros em que estão escritos os seus trabalhos e a fórmula secreta, em código, de como se fazer invisível, vê-se roubado e recorre a um antigo companheiro de faculdade, a quem conta seu segredo, e que o atraiçoa chamando a polícia. Na perseguição que se segue, o
Homem Invisível é morto, e seu corpo vai aos poucos

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