BIORREMEDIAÇÃO

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BIORREMEDIAÇÃO
Meio ambiente

Aspéctos biológicos e técnicos da biorremediação de xenobióticos

Christine Claire Gaylarde
Microbiologista, M.Sc., Ph.D., Profa. do Depto. de
Biofísica, UFRGS cgaylarde@yahoo.com Maria De Lourdes Bellinaso
Bioquímica, M.Sc., Ph.D., Profa. do Depto. de Biologia e Química, UNIJUÍ malou@cpovo.net Gilson Paulo Manfio
Biólogo, M.Sc., Ph.D., Pesquisador da Natura
Inovação e Tecnologia em Produtos Ltda gilsonmanfio@natura.net Imagens cedidas pelos autores

Biorremediação é um processo no qual organismos vivos, normalmente plantas ou microrganismos, são utilizados tecnologicamente para remover ou reduzir (remediar) poluentes no ambiente. Este processo biotecnológico de remediação tem sido intensamente pesquisado e recomendado pela comunidade científica atual como uma alternativa viável para o tratamento de ambientes contaminados, tais como águas superficiais, subterrâneas e solos, além de resíduos e efluentes industriais em aterro ou áreas de contenção.
Embora outras tecnologias que usam processos físicos e/ou químicos sejam também indicadas para descontaminar ambientes poluídos, o processo biológico de biorremediação é uma alternativa ecologicamente mais adequada e eficaz para o tratamento de ambientes contaminados com moléculas orgânicas de difícil degradação e metais tóxicos.
As moléculas orgânicas de difícil degradação, denominadas “recalcitrantes”, podem ser de origem natu-

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ral, sintetizadas pelo metabolismo biológico, ou sintéticas, produzidas por tecnologias industriais modernas e estranhas ao ambiente natural, por esta razão denominadas
“xenobióticas” (xenos, do grego = estrangeiro). Estas moléculas xenobióticas, introduzidas no ambiente desde o início do século XX, compreendem vários tipos de compostos, aplicados na industria química e de materiais, tal como agrotóxicos, corantes, fármacos, polímeros e plásticos, podendo ser tóxicas a sistemas biológicos e/ou

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