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E afinal, o que queremos?

Ontem à noite eu estava passeando com meu fiel companheiro, meu labrador Chico, quando escutei duas moças bem atrás de mim:
“Nossa...fiquei um nojo daquele cara....meu deus...ele era muito grudento...a gente nem havia se despedido ainda e ele já estava falando que ia ficar com saudades de mim....”
E a outra falou: “ Não, realmente não rola, homem assim eu quero distância!”
No mesmo momento me virei para trás, olhei as duas jovens mulheres e também na hora já senti o meu estômago se revirar de asco daquela criatura que eu nem ao menos conhecia. Fiquei com vontade de parar e falar que eu concordava totalmente com elas, mas minha timidez ou talvez bom senso, me impediram de tal iniciativa.
A esquina chegou, eu virei, as moças seguiram em frente e eu ainda com o estômago mareado com a idéia do homem chiclete. Andei mais um pouco, dei risada sozinha com a situação, Chico fez seu cocozinho básico e continue refletindo sobre a situação.
E pela primeira vez na minha vida, assumi para mim mesma, que definitivamente, nós mulheres somos um pé no saco, somos complicadíssimas e que eu pertencia a esse grupo de pentelhas patológicas.
Separei-me já há algum tempo, de vez em quando conheço alguém e por duas vezes passei pela mesma angústia da moça. Numa delas, o rapaz já falava na comemoração do dia dos namorados do próximo ano e no outro caso, o segundo bofe Babaloo, questionava no primeiro encontro, quando iríamos apresentar os filhos. Não preciso falar que em ambos os casos, nenhum comprimido de Plasil deu jeito, a não ser fugir desesperadamente da “relação”.
Ainda na minha caminhada com Chico, me questionei, por que somos assim? Por que fazemos isso? Tudo o que queremos é alguém para dividir a vida, um companheiro, queremos uma pessoa que nos dê uma certa segurança emocional e quando aparece esse ser que dá exatamente o que você pensa que quer, você deixa de achar aquela pessoa interessante.
Será que precisamos sofrer um pouco, ficarmos