biografia

No período denominado pós-moderno, na década de 1950, Orlando de Carvalho integra o rol dos melhores nomes da moderna ficção brasileira. Teve seu legado em autores como Guimarães Rosa, João Cabral de Melo Neto e Clarice Lispector, mas foi aos 12 anos, depois do contato com a obra O Guarani, de José de Alencar, que decidiu ser escritor.

Na literatura do Piauí a concretização desses ideais modernistas era visível quando, neste mesmo momento, surgem também os grupos vanguardistas, as manifestações mais individualizadas trazendo nomes como de Mário Faustino, Assis Brasil e Álvaro Pacheco; e o Movimento Meridiano. Este movimento consistia em entender a obra de arte como o retrato fiel daquele tempo comunicando aos leitores a preocupação desses escritores com as causas sociais e políticas.

Dentro desse contexto sua obra de destaque é Rio Subterrâneo. Principal e inacessível foge do convencional mergulhando no mundo interior dos personagens com enfoque na neurose, no medo, na loucura, na solidão, na morte e no desespero. Em linguagem e estilo, Orlando de Carvalho, representa um dos principais ficcionistas brasileiros da atualidade de tendência intimista com uma análise profunda sobre a alma humana.

Sofrimento, incertezas, angústia e loucura são temas recorrentes em sua obra. As tramas são sempre elaboradas com cunho psicológico partindo de uma atmosfera leve e poética (Ulisses) para outra densa e conturbada (Rio Subterrâneo). Com isso ele se mostra um escritor que consegue equilibrar forma e conteúdo como um grande clássico. Desses que encontra em José de Alencar a beleza da imagem; em Machado de Assis, a concisão e; em Graciliano Ramos, a densidade narrativa.

Orlando de Carvalho nos revela que o ato da escrita consiste em depurar o texto para alcançar o que seria a expressão exata e a concisão da linguagem. O autor possui uma linguagem tradicional sem se desviar da forma culta. Opta por palavras utilizadas nos escritos contemporâneos e, por isso, pode