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Em resposta à crítica da época que considerava suas peças
“um desrespeito à unidade de estilo indispensável à harmonia das obras de arte” (SUASSUNA, 1964:11), Suassuna justifica alguns dos seus procedimentos de criação no prefácio de Uma mulher vestida de sol. No que tange o registro de gêneros orais no texto dramático bem como à inserção do texto poético nos domínios que deveriam ser, segundo os críticos, exclusivos da prosa, ele argumenta: “o que me agradava era o aproveitamento das ‘excelência’ e dos cantos fúnebres, o tom poético e mesmo a forma de alguns versos entremeados à prosa” (SUASSUNA, 1964:11).
As excelências e cantos fúnebres aos quais Suassuna se refere no momento anterior aparecem logo no primeiro ato de Uma mulher vestida de sol. O canto do aboio, no entanto, é o primeiro indício que nos remete à tragédia anunciada. Em uma das cenas iniciais, enquanto os “cabras” Manuel e Caetano, Martim e Gavião se encontram vigiando, respectivamente, os lados da cerca de Joaquim
Maranhão e Antônio Rodrigues, eles se assustam com o tom de lamento profundo que vem de uma voz perdida à distância. Gavião, capanga de Antônio Rodrigues e Caetano, capanga de Joaquim
Maranhão saem para investigar o fato. Ao voltarem, ambos se encontram sorrindo e de rifles abaixados. Gavião explica aos outros o que aconteceu: “não foi nada, foi o vaqueiro que estava aboiando” ao
Em resposta à crítica da época que considerava suas peças
“um desrespeito à unidade de estilo indispensável à harmonia das obras de arte” (SUASSUNA, 1964:11), Suassuna justifica alguns dos seus procedimentos de criação no prefácio de Uma mulher vestida de sol. No que tange o registro de gêneros orais no texto dramático bem como à inserção do texto poético nos domínios que deveriam ser, segundo os críticos, exclusivos da prosa, ele argumenta: “o que me
agradava