Benjamin costallat e o sorriso "falso" da sociedade carioca dos anos 1920

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INTRODUÇÃO

Durante as primeiras décadas do século XX, o Rio de Janeiro passou por transformações fundamentais que a fizeram se transformar em “a Paris dos trópicos”. Para tanto, era necessário acabar com a maldita herança colonial e “tirar a roupa” do deposto Império, jogando-a a luz da modernidade do novo século.
Nos primeiros anos do período republicano, o Brasil ainda se encontrava atrelado a uma incerteza ideológica: ou se ocupava de imitar os norte-americanos, com a forma republicana federativa e uma Constituição liberal, ou os franceses, cuja inspiração era presente, inclusive, no dístico da bandeira nacional, parafraseando Comte, inspirador e fundador da teoria positivista.
Durante esse estágio epistemológico, o país passara por algumas contendas internas, como a Revolta da Armada, de 1891, e a Guerra de Canudos, em 1896-1897. Em especial o segundo momento aqui citado, o foco era debelar uma “resistência ao novo regime (República)”, pois ainda havia um sentimento infeliz da derrubada do Império, visto que a figura de D. Pedro II ainda era muito querida por certos setores da população brasileira. Era, portanto, fundamental modificar o pensamento do povo.
E essa modificação veio durante o governo de Rodrigues Alves (1903-1906). Com o intuito de dar um aspecto melhor à Capital Federal, o presidente decreta a remodelação da cidade do Rio de Janeiro, a exemplo do que já havia ocorrido em Paris, com o barão Haussmann, em meados do século XIX, transformando tal cidade em uma quase “capital do mundo Ocidental”.
Para que tal fator pudesse ocorrer, Rodrigues Alves nomeou o engenheiro Francisco Pereira Passos como prefeito da cidade do Rio de Janeiro para dar início às transformações fundamentais na capital da República, fazendo-a completamente saneada e habitável.
A principal questão urbanística era abrir uma grande e larga avenida ligando o cais da antiga Prainha à novíssima e urbanizada Avenida Beira-Mar. Porém, havia duas questões a tratar ainda, que tinham

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