Barroco e rococó

BARROCO E ROCOCÓ NA ARQUITETURA RELIGIOSA BRASILEIRA DA SEGUNDA METADE DO SÉCULO 18

No universo latino-americano, as igrejas coloniais brasileiras são geralmente reconhecidas como as de influência européia mais sensível, fato que se explica em parte por não terem os portugueses encontrado no lado ocidental da América do Sul tradições nativas de construções permanentes. O hábito de importar da Metrópole a necessária mão-de-obra especializada e os complementos arquitetônicos para as construções mais elaboradas, incluindo revestimentos azulejares e emolduramentos de portas e janelas, foi prática corrente nos séculos 17 e 18, mantida no século 19 nas principais capitais litorâneas.
A presença destes complementos arquitetônicos importados reforça sem dúvida o caráter mais luso da arquitetura colonial de cidades portuárias litorâneas, como Recife, Salvador ou Rio de Janeiro, se o compararmos com o de Minas Gerais, condicionando ao uso de materiais locais pela dificuldade do transporte; fato que acabou constituindo um dos fatores de originalidade da arquitetura da região.
No contexto brasileiro setecentista, os centros de elaboração de uma arquitetura religiosa com características de maior originalidade foram naturalmente as regiões que emergiram no século 18 como centros de poder político ou econômico. Primeiramente a rica capitania das minas do ouro e seu porto escoadouro, o Rio de Janeiro, enriquecido pelo comércio e transformado em 1763 em sede do governo dos vice-reis.
É preciso ter em mente que as igrejas construídas em Roma no século 18 continuavam a ser referência para a arquitetura religiosa portuguesa, na esteira da tradição estabelecida pela política italianizante do longo reinado de Dom João V. Entretanto, o Barroco tardio do século do Iluminismo não foi unitário nem mesmo na Itália, sua pátria de origem, e em Roma coexistiam correntes diferenciadas do estilo.
Os modelos franceses, por seu turno, começaram a ser introduzidos a partir de 1720