Baring e Brothers

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1892-1902: A longa re-estruturação da dívida soberana no final da Monarquia

Este acontecimento do final da monarquia é o mais estudado pelos historiadores portugueses. O vendaval foi provocado pela conjugação de vários fatores. Não por um em particular. "Sem a presença se não de todos, pelo menos da maioria, a crise não teria ocorrido", refere Nuno Valério, professor do Departamento de Ciências Sociais do Instituto Superior de Economia e Gestão, de Lisboa.

Nada que a famosa revista inglesa The Economist não andasse a avisar desde 1880. "Os mercados monetários da Europa estão a ficar cansados, e não sem razão, da constante solicitação por Portugal de novos empréstimos", escrevia em 27/11/1880. Menos de cinco anos depois: "No próprio interesse de Portugal era preferível que as suas facilidades de endividamento fossem, agora, restringidas" (3/1/1885).

Cinco anos mais tarde, depois de mais este aviso do The Economist, fornava-se uma tempestade perfeita. Rebenta uma crise financeira mundial, com o epicentro na City londrina, iniciada em 1890 com a falência do banco Baring Brothers que contagiaria Portugal por vários canais, incluindo via Brasil. O próprio Barings era, também, o principal parceiro do governo português na City e, na aflição, teve de reembolsar-se em 1 milhão de libras em Lisboa, o que levou a uma redução significativa das reservas em ouro do Banco de Portugal. Uma dinâmica de dívida pública crescente e de expansão de crédito permitira, nos anos de ouro anteriores, a criação de um ecossistema de investimentos em infraestruturas onde os investidores nacionais e internacionais se viriam a envolver com as garantias do Estado. Esta estratégia de financeirização já havia levado a que Portugal fosse considerado em 1888 no Fenn's Compendium, uma espécie de bíblia da especulação financeira londrina, como um país de alto risco.

Com a contração dos mercados de capitais internacionais, durante a crise financeira mundial de 1890-1893, o ecossistema

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