Bachelar
Resumo: Este artigo trata da epistemologia histórica do francês Gaston Bachelar. Filósofo de grande influência no mundo contemporâneo, suas obras apresentam duas vertentes: uma científica e outra poética. Neste trabalho abordaremos apenas sua contribuição a primeira vertente, nela poderemos perceber que sua obra epistemológica está marcada por uma reflexão sobre as filosofias implícitas nas práticas efetivas dos cientistas, considerando que o filósofo deve ser contemporâneo a ciência de sua época.
Palavras-chave: Epistemologia – Epistemologia Bachelardiana – Gaston Bachelard
Introdução
O termo epistemologia provém do grego episteme que significa ciência e logos, que significa teoria. “[...] o conceito de epistemologia serve para designar, seja na teoria geral do conhecimento, seja em estudos mais restritos concernentes à gênese e a estruturação das ciências” (JAPIASSU E MARCONDES, 1991,p.83). No primeiro caso, terá natureza filosófica, no segundo estará mais afeita às ciências. Para Bachelard a epistemologia está ligada a filosofia das ciências que trata da relação do sujeito cognocente e o objeto conhecido. Para ele não é contemplando, mas construindo, criando, produzindo, retificando que o espírito chega à verdade. É por retificações continuas, por críticas, por polêmicas, que a razão descobre e faz a verdade. Em sua epistemologia Bachelard ultrapassa o neopositivismo do Círculo de Viena e propõe um não-positivismo. Considerado pai da epistemologia contemporânea, crítica a epistemologia tradicional, em sua teoria desenvolve instrumentos teóricos que chama de psicanálise do conhecimento objetivo, racionalismo aplicado e materialismo técnico. Os fundamentos à sua epistemologia tornam-se compreensível a partir do entendimento dos conceitos de ruptura, corte epistemológico, vigilância, obstáculos, problemática e recorrência epistemológica. Um