Ax omas Socr ticos

1533 palavras 7 páginas
Neste texto, discute-se os três axiomas básicos do realismo que são como fundamentos do pensamento socrático. Os axiomas do realismo: “Toda palavra tem um sentido”, “Cada coisa tem uma essência ou eidos” e “Há uma correspondência entre as essências das coisas e os sentidos das palavras”, supõem que a virtude é um estado da alma, assim também para Sócrates, a virtude é vista como um estado, uma qualidade da alma. Sócrates buscava princípios morais na sociedade, uma sociedade cheia de princípios reguladores, sempre observando na sociedade as ações dos homens, seus princípios morais
: esta é a primeira afirmação que Sócrates teria de aceitar para manter a coerência de sua argumentação. Se ele considera que as palavras não têm sentido ou nada significam, o elenchus é, por princípio, inútil, pois aí as palavras jamais poderiam nos conduzir ao conhecimento objetivo de coisa alguma.

(2): Sócrates manifesta esta premissa quase que explicitamente na medida em que busca o eidos ou a essência de algumas coisas. O mínimo que pode ser dito quanto a isto é que ele aposta todas suas fichas nesta possibilidade, rechaçando ou ignorando as possibilidades adversas, como, por exemplo, aquela apontada por Górgias (i.e. as coisas não têm essência). O fato de não defender a realidade nem determinar a natureza destas essências não exime sua responsabilidade sobre a afirmação implícita da realidade destas mesmas essências.

(3): esta afirmação segue das demais. Se Sócrates busca o conhecimento daquelas essências, e realiza tal busca pelo elenchus­ de teste de definições, então tem de considerar a possibilidade de poder atingir palavras capazes de expressar estas mesmas essências. A aceitação destas premissas caracteriza um realismo como aquele de Aristóteles e, portanto, não podemos isentar Sócrates do título de realista: se não é um realista de fato, na medida em que não falou explicitamente nem sobre ontologia nem sobre a linguagem nem sobre como se dá o conhecimento das

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