AVA- Ciencias Sociais

1836 palavras 8 páginas
O Brasil é reconhecido internacionalmente, desde meados do século XIX, como o país da mistura de raças. Desde então, visitantes estrangeiros como o argentino José Ingenieros, Louis Agassiz, Louis Couty, o conde André de Gobineau (amigo de D. Pedro II e embaixador da França no Brasil), deixaram relatos sobre a mestiçagem que aqui testemunharam, sempre acompanhadas do ponto de vista pessimista de que a mistura de europeus, índios e negros seria o principal fator do atraso do Brasil. Era um consenso partilhado pela imensa maioria da elite intelectual brasileira; as escassas exceções eram formadas por aqueles que valorizavam o índio. Exemplo isolado de resistência a essas idéias foi o historiador sergipano Manoel Bomfim que, em 1903, denunciou o racismo como instrumento da dominação imperialista. Também cabe lembrar o caso de outro sergipano, Silvio Romero que, apesar de sua posição ambígua a respeito da hierarquia entre as "raças", foi pioneiro na valorização da mestiçagem.
Mistura de seres humanos de origem diversa – indígenas, europeus e africanos – a miscigenação teve valorização que variou através dos tempos. E o problema que consumiu as energias da elite intelectual, principalmente da década de 1870 até a década de 1930, foi a alegada impossibilidade de construção de uma nação civilizada a partir de uma população fartamente mestiça, com presença preponderante do negro em sua composição. Questão que fundamentava o verdadeiro complexo de inferioridade daqueles pensadores para quem o Brasil não tinha ainda uma composição racial adequada para alcançar níveis superiores de desenvolvimento. Um deles foi Nina Rodrigues, pioneiro dos estudos do negro e expoente do racismo científico brasileiro que, em Os africanos no Brasil, de 1906, dizia que a raça negra “há de constituir sempre um dos fatores de nossa inferioridade como povo”. O negro “quase não se civiliza” e sua supremacia é “nociva à nossa nacionalidade”, escreveu.
A situação começou a mudar quando, em 1933,

Relacionados

  • ava ciencias sociais
    1010 palavras | 5 páginas
  • ava Ciencias sociais
    414 palavras | 2 páginas
  • Ava - Ciencias sociais
    866 palavras | 4 páginas
  • AVA- CIÊNCIAS SOCIAIS
    1834 palavras | 8 páginas
  • ava ciencias sociais
    984 palavras | 4 páginas
  • ciencias sociais AVA
    773 palavras | 4 páginas
  • AVA - Ciências Sociais
    456 palavras | 2 páginas
  • Ciencias Sociais AVA
    614 palavras | 3 páginas
  • Ava - Ciências Sociais
    1139 palavras | 5 páginas
  • Ciencias Sociais AVA
    623 palavras | 3 páginas