Autores da vanguarda

1-) As criticas de Monteiro Lobato em relação a Semana de Arte Moderna Autor com reconhecidas características de vanguarda, foi como anti-modernista que Monteiro Lobato acabou rotulado. Apesar do regionalismo e da denuncia da realidade brasileira de sua obra, ele não se filiou à proposta estética da Semana de Arte Moderna. Lobato via com desconfiança a influencia das vanguardas europeias. Era um nacionalista convicto, mas nunca foi adversário do movimento. A construção da imagem de “critico” da Semana de Arte Moderna é uma historia cheia de equívocos. De acordo com o historiador Vladimir Sacchetta, o embate entre Lobato e os modernistas faz parte de uma “cultura da polêmica”, que reinava então. E teve como estopim uma crítica do autor à exposição de Anita Malfatti. O texto foi publicado no jornal O Estado de S.Paulo e, apesar de elogiar o talento vigoroso da artista, afirma que ela foi “seduzida pelas teorias do que ela chama arte moderna”, colocando o seu dom “a serviço duma nova espécie de caricatura”. Lobato escreveu que existem duas espécies de artistas: "os que veem normalmente as coisas e, em consequência disso, fazem arte pura" e os que "veem anormalmente a natureza, e interpretam-na à luz de teorias efêmeras, sob a sugestão estrábica de escolas rebeldes".
Pronto. As palavras desencadearam o incidente que deu origem à crença que circula até hoje de que Lobato teria sido um opositor da Semana de Arte Moderna e do movimento como um todo. Para Sacchetta, contudo, o enfoque dado à crítica prejudicou o autor. Na verdade, ele questionava não a inovação contida em Anita, mas o estrangeirismo. Mas, ao fazer a leitura integral do texto publicado naquela época percebe-se que Lobato, na verdade, chama atenção para a reprodução acrítica dos valores estéticos das vanguardas europeias, e não consolida uma critica negativa em relação à Semana de Arte Moderna. Para Lobato, esta europeização impediria a criação de um ideal estético nacional.