Auto ajuda

Os textos de auto-ajuda estão cada vez mais ganhando êxito no ambiente literário. A promessa de soluções imediatas para resolução dos problemas são as propostas postas por estes livros, o que, de fato, atrai o público. Eles exploram o ponto chave do ser humano, a “auto-estima”, propondo paradigmas que irão valorizar o indivíduo, ou melhor, os indivíduos, já que a resposta para os “problemas” seriam universais, ou seja, o leitor é o de menos. A afirmação anterior contradiz toda a idéia de subjetividade, excluindo toda a carga histórica do sujeito e toda realidade a qual estamos inseridos. Sem dúvidas, é muito atrativa a forma fácil pela qual o problema é encarado, se, de fato, chegasse a funcionar. Na verdade, estimula o individualismo do ser humano e exclui toda a psicologia no momento em que não firmam nenhum compromisso do ser com a sociedade. Quando se prioriza que todas as repostas estão dentro de nós, em linhas gerais, estão pregando nossa auto-suficiência, e que não há necessidade do próximo, isso tende a favorecer uma competitividade. Nas teorias de auto-ajuda, o desejo do indivíduo é totalmente suficiente para suprir seus anseios, desconsiderando a oportunidade, que é essencial, você pode desejar ou almejar, tentar fazer por onde conseguir, mas, se não houver oportunidade, seu desejo continuará existindo sem qualquer eficácia. O que certamente poderá acontecer com o leitor desse estilo de livros é se deparar com o mesmo problema mais a frente, causando um emaranhamento em sua mente.
Os discursos de auto-ajuda não podem ser confundidos com a psicologia, muitas vezes esses se apropriam de termos científicos modificando seu significado ou utilizando os de forma indevida, não há nenhuma fundamentação para suas teorias, nem alguma ligação com a ciência. Portanto, são técnicas sem embasamentos e sem caráter científico ou psicológico que estão se promovendo sobre falsas promessas. Propiciam lucros em cima de problemas e de dificuldades daqueles que procuram os